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Evangélicos Ancoram Casamentos Formais em Cenário de Declínio no Brasil

Conteúdo reproduzido do Portal Impacto Gospel

Casamento Formal Evangélico

Em um panorama nacional marcado pela progressiva queda nos índices de casamentos tradicionais, o segmento evangélico brasileiro se consolida como o principal vetor de uniões formais no país, sinalizando uma contramão estatística notável. Os dados são do Censo Demográfico de 2022, recentemente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 06 de novembro.

O levantamento revela que 40,9% dos evangélicos optam pelo modelo de casamento simultaneamente civil e religioso, a modalidade mais elevada entre todos os grupos confessionais. A adesão evangélica à formalização se estende também aos registros puramente civis, que totalizam 29,1% das uniões no grupo.

Em contraste, as uniões consensuais — a coabitação sem formalização legal ou eclesiástica — representam apenas 28,7% entre os fiéis evangélicos, um dos percentuais mais baixos do país e um indicador da priorização da formalidade dentro desta fé.

A ênfase na dupla celebração é justificada por líderes religiosos como o pastor Leonino Barbosa Santiago, mestre em Liderança pela Andrews University. “O casamento civil é fundamental por oficializar a união perante a lei, assegurando direitos e deveres recíprocos. Já o casamento religioso é o ato de consagração diante de Deus, buscando Sua bênção sobre o novo lar”, explicou o pastor, destacando a natureza complementar dos ritos.

O pastor Lisaneas Moura, à frente da Primeira Igreja Batista do Morumbi (SP), reforça essa perspectiva, salientando o caráter integral do compromisso. “Acreditamos que, para Deus, o cerne é a celebração de um compromisso de fidelidade mútua, vivido na dependência divina. Esse compromisso deve ser selado, primariamente, no registro civil e, subsequentemente, na cerimônia religiosa,” afirmou Moura à reportagem da Comunhão.

Em escala geral, a análise do IBGE confirma a erosão do modelo tradicional:

  • O casamento civil e religioso caiu para 37,9% em 2022, o patamar mais baixo da série histórica (ante 49,4% em 2000).
  • As uniões consensuais cresceram significativamente, de 28,6% em 2000 para 38,9% em 2022, tornando-se, pela primeira vez, o tipo de união conjugal mais prevalente no Brasil.

O estudo apontou que, em 2022, 51,3% da população brasileira vivia em união conjugal, um leve aumento em relação aos 50,1% de 2010. O restante da população se divide entre aqueles que já se uniram e estão separados, divorciados ou viúvos (18,6%), e os que nunca se casaram (30,1%), este último sendo o menor índice já registrado.

A pesquisa também desenhou o perfil sociodemográfico das uniões:

  • Idade Média: A idade média da primeira união avançou para 25 anos (26,3 para homens e 23,6 para mulheres), uma elevação em relação aos 24,2 anos médios de 2000.
  • Faixa Etária Casada: A maior concentração de pessoas casadas ou em união está entre 40 a 49 anos para homens (23,2%) e 30 a 39 anos para mulheres (24,6%).

A renda emerge como um fator decisivo para a escolha do formato da união:

Renda Familiar per capita União Consensual Casamento Civil e Religioso
Até 1/2 Salário Mínimo 52,1% 24,2%
De 1/2 a 1 Salário Mínimo 40,1% 35,8%
Acima de 5 Salários Mínimos (Não divulgado/Baixo) 54,3%

Para os analistas, essa convergência entre fé, estabilidade econômica e forte adesão aos valores familiares tradicionais é a chave para entender por que os evangélicos continuam a ser a base de sustentação dos maiores índices de casamentos formais no Brasil, mantendo viva a prática de consagrar o lar perante a lei e diante de Deus.

Fonte:

Portal Impacto Gospel

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